Bom dia! Boa tarde! Boa noite!
Que critério você usa ao falar um dos cumprimentos acima?
Você aceita o fato de outras pessoas não usarem o mesmo critério que você?
Meus interlocutores não aceitam muito bem o critério que uso.
Por praticidade divido meu período de 24 horas em claro e escuro. Assim, se a claridade do sol se faz presente digo “bom dia”, quando ele já se escondeu atrás da linha do horizonte e está escuro falo “boa noite”. Se alguém me cumprimenta com um “boa tarde” respondo da mesma forma, mas quando comprimento alguém durante o período claro, sempre digo “bom dia” independente da hora, quando isso ocorre após as 12 horas, sou lembrado muitas vezes de forma nada educada, que já é tarde e portando deveria ter falado “boa tarde”.
Como a partir do meio dia todos falam “boa tarde”, pela lógica deveriam falar “boa manhã” para o período anterior, mas isso não ocorre. Na língua inglesa existe o good morning, literalmente “boa manhã”, “boa aurora”, “boa alvorada”, etc., que por um daqueles mistérios que só os linguistas, gramáticos e outros acadêmicos da área sabem desvendar, na tradução para o Pt-Br virou um “bom dia” que no entando “só” pode ser falado durante a primeira metade do período em que o sol aparece.
Nessa questão sou meio francês, pois lá tem “bonjour” e “bonne nuit”, bom dia e boa noite. Analisando essa situação acho que eu e os franceses estamos com a razão, pois dentre as diversas definições encontradas no dicionário para a palavra dia estão:
1) O espaço de tempo que vai do nascer ao por do sol, portanto posso dizer “bom dia” a qualquer hora desse período.
02) Dia astronômico ou solar: espaço de 24 horas contadas de meio-dia a meio-dia, por esse critério 13 horas seria o início de um novo dia, não caberia dizer “boa tarde”.
03) Dia civil: espaço de 24 horas contadas de meia-noite a meia-noite, nesse caso, uma hora da madrugada pode-se falar “bom dia”, pois um novo dia já começou.
As pessoas de um modo geral não percebem o quanto estão condicionadas pelo “usos e costumes” e aceitam tudo que é de uso comum como o certo, mesmo que esteja errado, não faça sentido ou seja uma tremenda injustiça.
Sendo assim, continuarei com meu “bom dia” “boa noite” enfrentando os descontentes com a paciência de sempre.
Atualização: Esse texto foi o mais acessado no Mistifório, sinal de que esse assunto é de interesse para muita gente, pois nunca divulguei esse endereço.