Caridade é um sentimento ou uma ação altruísta de ajudar o próximo sem buscar qualquer tipo de recompensa.

Civilidade é o respeito pelas normas de convívio entre os membros de uma sociedade.

Nossa sociedade atual parece desconhecer essas definições, pois tais ações não são rotineiramente praticadas e a julgar pelo que presenciei hoje a situação vai demorar muito a mudar.

Fim de tarde, eu voltando pra casa depois de mais um dia de trabalho, de pé no corredor do ônibus cheio como sempre. Do meu lado uma jovem senhora também de pé, no banco a sua frente está seu esposo e seus dois filhos, o menor de aproximadamente quatro anos, sentado no colo do pai e no banco ao lado a criança maior, que aparentava ter seis anos.

O restante da população temporária daquele transporte superlotado era a de sempre: Trabalhadores a caminho de casa, ou do trabalho, jovens e adolescentes indo ou voltando das escolas etc.

Em determinado momento entra uma senhora de mais de setenta anos, a julgar pela aparência física, carregando uma sacola e andando com dificuldade pelo corredor apinhado de gente.

Anda olhando para as pessoas que estão sentadas, na esperança de que alguma delas lhe ofereça o lugar. Mas nenhuma daquelas almas teve civilidade para cumprir uma regra social básica ou caridade suficiente para abster-se de um pequeno conforto em favor que alguém que naquele momento necessitava mais.

A senhora passou por nós em sua “via crucis”, a jovem mãe comentou com seu esposo que as pessoas fingiam não vê-la apenas para não lhe ceder o lugar. Na sua legítima indignação aquela mãe esqueceu que seu jovem e saudável filho estava sentado ali ao lado e que ela ou o pai poderiam ter pedido a ele para ceder seu lugar para a idosa senhora…

Diante da falta de bons exemplos, que atitude essa criança terá em situação semelhante no futuro?

Por que vês tu o argueiro no olho do teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio? Teria perguntado Jesus… Mas infelizmente eu fiquei calado…